sábado, 22 de abril de 2017

Vida e morte solitária 


Está solitário no quarto
Tempo passando ligeiro 
Atravessa tal uma lança 
Pensa se tudo é em vão 

Horas e horas de um dia
Na rotina mecânica de 
Após chegar ao lar vazio
Depois de tanto trabalho 

Já passa metade do ano
Tudo segue igual a sempre 
Caminha pela casa parece
Que lhe falta algo intangível 

De volta só ao quarto 
Olha a janela um céu cinza
Da cor da própria vida 
Sai da janela e pensa

Porque está nessa terra
Para vagar de ano a ano
Automaticamente casa
Trabalho casa trabalho 

Já se passaram anos e
Faltam-lhe as forças e o ar
Aposentado na mesma casa 
Da mesma rua em um sofá 

Anoiteceu e dormira na 
Velha cama e horas idas
Chegou mais um dia claro
Da cama não saíra mais

Vida já não mais tinha 
Vizinhos dele sentiram falta 
Arrombaram porta da sala
Apenas um corpo e uma cama

Conseguiram velar e enterrar
Assim mesmo no dia seguinte 
Poucos foram ao último adeus 
Finda desta forma a história

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