A rede social
Caiu na rede é peixe
Há um certo tempo
Muitos entregam suas vidas
Nas mãos de magnatas mercenários
Que constroem fortunas
Às suas custas
Ao revelarem suas intimidades
Tornando a realidade virtual
Uma virtualidade real
Antes, eram escritos diários
Para serem como um confessionário
Atualmente expõe-se tudo
Em uma vitrine virtual
Tornando-se apenas
Escravos e zumbis
Belos ou aqueles que se imaginam
Desfilam suas melhores imagens
A procura de fãs e seguidores
Muito se discute
Sobre os mais variados temas
Muito tempo se perde
Diante de telas
Que são observadas
Vidas são apresentadas
Como lenha que se queima
Em uma locomotiva veloz
Enxurrada de informações
Que passam aceleradas
Diante dos olhos de multidões
Ignorando quem está ao seu lado
E aproximando-se de desconhecidos
Um paradoxo atual
Um gigante amorfo
Ainda em expansão
Mas que em algum momento
Pode ser abandonado
Por outra maravilha tecnologia
Virtual, fria e enigmática
Mas que ao mesmo tempo
Pode cair no gosto das massas
E formar um novo bilionário
Em uma elite global
Formada por aparelhos eletrônicos
E radiações eletromagnéticas
Que hipnotiza milhões e milhões
Diante disso tudo
Para onde irá à humanidade
Rumo ao abismo virtual
Tornando-se real
Algo que a menos de um século
Jamais se imaginaria
Enfim é realidade
E fica uma pergunta
Até que ponto está alguém disposto
A continuar se entregando
A este espetáculo
Com múltiplos atores-espectadores
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