segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Lirismo incerto


Vindo dos lírios de tua alma
Minha dúvida atormenta
A visão insegura
Do que sentes por mim

Deixando tudo obscuro
Finjo a tranquilidade
De pensar que de fato
O teu querer me inclui

Apenas me assegure
De que não mero equívoco
Preencha meu ser

Pois seja mero engano
Favor procure outro
A quem satisfaça teus caprichos insanos 
Aplicativos aplicados


O bendito celular
Vulgo smartphone
É um tipo de canivete-suíço
Com seu acesso à Internet
E zilhões de aplicativos

Tem de tudo um muito
Pago, gratuito
Joguinhos, redes sociais
E uma miríade de trecos
Que só ajudam a entupir
A memória do aparelho
Torrar bateria
E consumir nosso tempo

Instale isso instale aquilo
Siga a última moda
Em outro caso
Você vai ficar de fora
De saber da vida alheia 

Quando estão os aplicativos todos ativos
É uma bela sinfonia
De barulho, tremedeira e tela piscando

Quem não tem família
Nem bicho de estimação
Vai cuidar do celular 

Tem até hora para comer
Várias vezes ao dia
Para a minha surpresa
Acabou a bateria 

É de dia é de noite e também de madrugada
Com a cara enfiada
No danado do aparelho
Faça chuva, sol ou neve

Logo logo já o bendito
Encontra-se obsoleto
Lá se vai mais um dinheiro
Para um novo aparelho
E começa tudo novamente
Soneto a Cristo

Caso ninguém queira escutar 
A sua mensagem ainda não se perdeu
Ecoa a mais de dois milênios 
Anunciou a paz e um novo reino

Foi perseguido por tal motivo 
Pensaram que seu reino era terreno 
Não entenderam nada do que dissera
Os poderosos se sentiram ameaçados

Olhos para todos os esquecidos
E lhes estendeu sua misericórdia 
Sentou-se a mesa com pecadores

Por isso foi tão questionado
Pregou o amor o perdão 
Foi preso numa cruz e ressuscitou
Site literário

O apogeu verborragico
Agora é tudo tão mágico
Um universo literário 
Tantos tipos textuais
Formatos, tamanhos e cores
Textos pequenos ou enormes


Autores dos mais diversos 
Jovens, antigos
Novatos ou veteranos
Nesse despertar incessante
Da palavra, do verso
Da prosa, poesia 
Do texto, da imagem, do som


Sou apenas um recém-chegado
A me apresentar
Um tanto espantado
Nesse infinito espaço 
Do verbo, substantivo, adjetivo, advérbio 


E pensar no quanto
Pode ser criado e elaborado
No nosso idioma pátrio 
Infinitas possibilidades e temas
A serem abordados


Imaginem se fosse em inglês 
O mundo já teriam conquistado 
Mas será que isso 
É mesmo o mais importante 


Deixe que aprendam nossa língua 
E nos descubram 
Nosso rico vocabulário 
Palavras novas e velhas 
Podem ser retomadas ou inventadas
Nessa imensidão literária
A rede social

Caiu na rede é peixe
Há um certo tempo 
Muitos entregam suas vidas
Nas mãos de magnatas mercenários 
Que constroem fortunas 
Às suas custas

Ao revelarem suas intimidades
Tornando a realidade virtual 
Uma virtualidade real
Antes, eram escritos diários 
Para serem como um confessionário 

Atualmente expõe-se tudo
Em uma vitrine virtual
Tornando-se apenas
Escravos e zumbis 
Belos ou aqueles que se imaginam
Desfilam suas melhores imagens 
A procura de fãs e seguidores 

Muito se discute 
Sobre os mais variados temas
Muito tempo se perde 
Diante de telas
Que são observadas 
Vidas são apresentadas 
Como lenha que se queima
Em uma locomotiva veloz

Enxurrada de informações 
Que passam aceleradas
Diante dos olhos de multidões
Ignorando quem está ao seu lado
E aproximando-se de desconhecidos 

Um paradoxo atual
Um gigante amorfo 
Ainda em expansão 
Mas que em algum momento 
Pode ser abandonado
Por outra maravilha tecnologia 
Virtual, fria e enigmática

Mas que ao mesmo tempo 
Pode cair no gosto das massas 
E formar um novo bilionário 
Em uma elite global 
Formada por aparelhos eletrônicos 
E radiações eletromagnéticas 

Que hipnotiza milhões e milhões 
Diante disso tudo 
Para onde irá à humanidade 
Rumo ao abismo virtual
Tornando-se real

Algo que a menos de um século 
Jamais se imaginaria
Enfim é realidade

E fica uma pergunta 
Até que ponto está alguém disposto
A continuar se entregando
A este espetáculo 
Com múltiplos atores-espectadores 

domingo, 27 de novembro de 2016

A Química

Passa despercebida por todos
Desde o nascer até o morrer
Desde o início das eras
Até o infinito espaço-temporal

Está em todos os lugares
Do centro da terra
Até a imensidão das galáxias

Incompreendida
Como se fosse a culpada
De tudo o que há de errado
Com o planeta

Apenas lembram dela
Quando há alguma catástrofe
Quando o ar está poluído
Quando o rio está morto
A terra tornada estéril

Mas esta mesma ciência
Se bem trabalhada
Pode trazer as soluções

Ajudar a restaurar
Traz o progresso
Combate doenças
Prolonga a vida

Está na roupa que vestimos
No ar que respiramos
No solo que pisamos

Nos alimenta com as vitaminas,
Proteínas, gorduras, carboidratos
Compõe todo nosso organismo

De tão presente em tudo
Mesmo quando dizem:
“Este produto é natural, não contém química”

Simplesmente é mentira
Pois se existe é formado
De átomos e moléculas
Ligados de várias formas

Compondo a matéria
Nos seus vários estados
Apenas não se encontra
Onde existe o vácuo

Do nanotecnológico
Ao maior dos objetos no universo
Sempre nos surpreendendo
E encantando não apenas
Aqueles que a tem como profissão

As cores da natureza, ou artificiais
Todos os odores que existem
Envolvem nossos sentidos
Encantando ou trazendo repulsa

São formas distintas
Nas quais a química se revela
Então quando acordar
Repare em tudo ao seu redor

E perceba cada objeto
E tudo que está a sua volta
Agora irá se lembrar
Desta fantástica ciência



Eu vivo?

Eu vivo no mundo
Longe do mundo
Eu vivo mudo
Não me mudo

Nasci aqui
Cresci aqui
Não conheço outro lugar
Que não seja aqui

Ninguém me conhece
Não conheço ninguém
Além de umas poucas
Pessoas que posso
Contar nos dedos

Eu vivo mudo
Longe do mundo
Dentro de um caixote
Talvez solto no espaço

Eu vivo?
Amor não conheço
Não sei não senhor

Ainda está cedo
O dia não veio
A madrugada me responde:
"Você vive apenas
Enquanto todos dormem"

Passeio pelo vazio
E sigo sem saber
Para onde, eu vivo?



sábado, 26 de novembro de 2016

Soneto ao nada

O que dizer de dois quartetos
E dois tercetos despretensiosos
Que resolveram se unir
Para dizer ao tempo apenas palavras

Compor uma textura suave
De teias interconexas atemporais
Diante daquilo que se apresenta
Aos presentes termos sutis

E logo interpretar o sentido
Subjetivo e representado
Impresso em cores e sabores

Para que tudo o necessário
Seja dito de forma apressada
Implícito soneto ao nada
Se sou poeta

Se sou poeta
Ora não sei ainda
Mas revirando meus papéis
Vi quanta coisa foi escrita
Muito já se mostrou
Algo está bem guardado
O tempo passando
Versos aqui e acolá
Por muito tempo nem me dei conta
E quando me vi
Lendo, escrevendo, recordando
Cada poema uma história
Ou um sonho
Um lamento
Se sou poeta
Talvez ainda em formação
Pode ser que um dia descubra
O tempo passa por mim
Respostas ainda virão
Se sou poeta
Ou não
Eis a questão

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Delírios de amar

Para que servem estes versos 
Se nada sem você faz sentido 
Para que serve este amor
Se não amo se não vivo
Tudo o que assim desejo
Se não posso ter nem viver

Desde o alvorecer dos sentidos
Até a conhecer de um minuto 
Ou mesmo um instante qualquer 

Será que minha mente
Apenas a concebeu
Seria mormente delírio
De alguém que acredita amar

Se nada o tanto impossível 
Ao seu redor estar
Se apenas enlouquecer 
Um doido tanto consumido

Se mesmo sem a ver
Apenas seu odor intangível 
Em mim brotasse
Seria apenas detido
Fora do combate de existir

Tão somente percebesse a minha presença
Deixaria de ser uma insignificância 
Passariam a nascer dentro de mim
Momentos fugazes furtivos
Ser por um instante feliz

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Peças de um quebra-cabeças


Peças de um quebra-cabeças 
Pedras de tabuleiro de xadrez ou de dama
Somos usados, somos jogados, manipulados

De dentro de uma caixa somos tirados
Parte do divertimento de alguém acima de nós
Vistos apenas como fantoches marionetes

Nossos sonhos estão jogados ao acaso
Nossos passos todos teleguiados 
Destinos controlados 

Todos os dias contas a prestar 
A todo momento 
Levados a acreditar que tudo é normal 
Aceitar que dói menos 

Apenas nos tornamos exércitos 
Meros soldados aviltados 
Enquanto lá do ponto de destaque 
Donos da situação confabulam
E lucram com nossas mazelas e dores

Querem que a eles idolatremos
Prestando mil reverências apenas
Porque pensam estar acima de todos 

Mas esquecem que nós os elevamos 
Com o nosso suor e trabalho 
Ou os elegemos para governar
E lá estando esquecem suas origens 
Viram as costas a nós que os colocamos lá
O voo mais alto

Quando encontrar
Quem queira seguir ao seu lado
Pelo menos por bastante tempo
E criar laços
Junto aos abraços e beijos
Saberá então que estará
A um passo
Do voo mais alto
Que alguém pode conquistar
Rumo ao infinito
Rumo ao mais bonito
E que esse voo
Apenas um ponto de partida
A novos sonhos
Novos planos
Novos seres a chegar
E levar sua história
Ao longo dos anos
E depois com o passar dos tempos
Poder recordar como tudo começou
Ter a casa cheia
Coração repleto de alegria
Para enfim compartilhar 

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Se Esconde

A poesia se esconde
Dentro de cada coração
Que ao pulsar
Já insiste em continuar

A poesia responde
Ao chamado do luar
Quando resolve se expressar
Corresponde ao instante singular

A poesia defronte
Àqueles que se dispõem
Aos seus versos apreciar

Diante do todo
Se apresentando
A quem quiser buscar 
Não se preocupe

Não se preocupe
Se não houver alguém a lhe guiar
Nem lhe seguir
Nem ver chegar
E nem partir
Saiba que lá do alto
Existe um Deus
Que está a lhe conduzir
Pelos caminhos e veredas
Nos bons e maus momentos
Caso se sinta só
Nunca se esqueça
Que este mesmo Deus
Quer o bem maior
E nem irá desassistir
Mesmo nos piores instantes
Diante das dificuldades e hostilidades
Apenas preste atenção
Nos sinais que Ele deixar
Pelo caminho
Encontrar a sua luz
E a sua paz
E seguir os seus passos
Pode parecer difícil no começo
Mas vale a pena
Mesmo diante dos maiores desafios
Suas mãos divinas estão estendidas
Basta acreditar 

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Em qualquer lugar

Poesia em qualquer lugar
Na lua, na rua
No espaço interestelar
Poesia é o teu olhar
Ao de mim se aproximar

Qualquer canto
Encanto singular
O espanto gerado
No momento de ofertar
Versos que brotam sem parar

A poesia remete ao luar
Que surge ao ressoar
Do momento especial
Quando se juntam
Estes versos que pude entoar






Aridez

Esses dias
Pensando sobre a vida
Me veio a mente
As atitudes e os costumes atuais

Muita gente tão indiferente
À condição alheia
De luta, de dor, coragem
Sofrimento, agonia

Seria então
A aridez dos corações
A rispidez das relações
A vida e suas contradições

Parece que o outro
É invisível
Quanto maior a multidão
Menor a compaixão

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Folha de papel vazia

O que fazer
Diante de uma folha
De papel vazia?
Simplesmente ficar olhando
Um desenho qualquer
Rabiscos aleatórios
Impacientes registros
Ou apenas começar
A escrever sem pensar
Depois tentar lapidar
O texto que surgiu
Por horas a fio
Tecer comentários
Sobre o que aconteceu
Ou o fruto da imaginação
Se não gostar
E for escrito a lápis
Basta apagar e recomeçar
Caso tenha sido a caneta
Jogar o papel fora
Começar tudo novamente
Como inspiração
Os grandes mestres
Os grandes temas
Ou apenas a si mesmo
Quantas dúvidas
Mas nada disso importa
Um bom começo

É encontrar uma folha de papel vazia

terça-feira, 8 de novembro de 2016



Entreolhares

Entreolhares
Entre nascerem
Entre viverem
Entristecerem

Entrelaçarem
Entreabrirem
Sorrisos esparsos
E passos largos
Ao largo do passeio público
De modo monocromático
De modo performático
Sorrisos largos
Agora surgem
Quase que automáticos
Entreolhares
Enigmáticos
Estão se multiplicando
Sem razão alguma
E mesmo assim
De modo fantástico
Se deixam perceber
Até o amanhecer
Artesanato da palavra

O artesão da palavra
Molda, recorta, emenda
Acrescenta, remove
Apaga tudo
Reescreve, lê
Uma, duas, quantas vezes forem necessárias
Até alcançar
O  que sonhou
E repete várias vezes
Até alcançar o que imagina
Ser o ideal

Logo já encontra mais material
E ferramentas
Começa tudo de novo
Quando se percebe
Já está rodeado
De versos por todos os lados

E se impressiona
Ao demais também
Tornando o mundo ao seu redor
Menos triste e monótono
Levando a sua mensagem
E a si mesmo ao tempo
De ontem, hoje e sempre 

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O amor e todas as coisas

Sobre o amor e todas as coisas
Que acabam de acontecer
Diante do novo dia
Tudo se renova
Em um constante alvorecer

De repente a luz
De repente a paz
A contemplação nos envolve
Levando a uma nova dimensão
Sublime e reluzente

E ao retornar desse
Estado de espírito
Perceber que nada foi em vão
E que isso tudo
Leva a continuar acreditando

Na vida, no amor e em todas as coisas.

domingo, 6 de novembro de 2016

Todas as Flores


Todas as flores que eu trouxe para você
Jogou naquele canto escuro do quarto
E acabou me levando para o inferno
Que a vida se tornou

Tentei te ligar
A cada dia minha agonia aumentava
O coração ficou desenganado
Até que apareceu outro alguém

Que começo a conhecer
Por sinal muito interessante 
Passei a achar que não sentiria sua falta

Muito tempo se passou
outras duas vidas se intrelaçaram
e você volta
dizendo que não achou nada lá fora
que sua vida perdeu todo o rumo

Olha, não sei o que fazer
dias e noites um sentimento antigo 
volta a me perseguir

Nos pensamentos só tenho ela
mas no coração você volta a surgir
não sei mais para onde ir


sábado, 5 de novembro de 2016

Livro dos Desencantos

Antes de você nascer seus pais já penavam
Foi difícil eles conseguirem viver naquele barraco
E quando você chegou
O fardo daquele casal ficou mais pesado
Pois os dois viviam de salário mínimo
Da sua infância nem preciso falar
Já que ela costuma aparecer no jornal e na tv
Gera indignação por parte dos mais abastados

Você cresceu e continuou a ser manchete
Só mais um pivete tentando ganhar algum
Para comprar droga
Acabou virando figurinha fácil na FEBEM
Toda hora estava lá e já pintava gozação 
Até parece que ele tem saudade daqui

Seus pais muito pouco podiam fazer
Acabaram indo embora em uma chacina
Um punhado de PMs corruptos
Você se indignou mas já era manjado 
Não tinha para onde correr
A cada dia os minutos se tornavam mais lentos
Tão novo e já no fundo do poço
Farrapo humano, carcaça ambulante
Até urubu já estava de olho

Milagres são difíceis mas um dia tudo mudou
Pintou uma chance e você tentava agarrar
Com aquelas mãos tão calejadas
Ah, mas o vício era muito forte
Apesar de tudo o saldo foi positivo
Sua vida se arranjou
Tão bem as coisas iam, crescia no emprego
E uma família você conseguia construir aos poucos

Só que as coisas não são bem assim
A crise veio e o desespero surgiu
O castelo de areia começou a cair
Todos os sonhos sumiram um a um
A realidade era aquela ali
Os pesadelos vieram a tona e foi assim mesmo
Que você pensou em fugir
E os fatos o encaravam e encurralavam

Foi num desses dias de terror
Que estava em casa e encontrou
Um velho caderno com as folhas em branco
Delirando você começou a ver
Palavras escritas com sangue
Era a sua história toda lá
Um verdadeiro livro dos desencantos
E um louco que lia atento página a página

Livro dos desencantos é essa vida
Escrita com letras tão vermelhas e dramáticas
Como uma carta endereçada a ninguém
Porque poucos seres humanos
Teriam coragem de atender aquela súplica

Ninguém ali para atender o seu pedido por ajuda
A você só restava aliviar o sofrimento
E um revólver guardado em um velho baú
Era a solução que estava mais ao alcance
Últimas palavras que disse a si mesmo
Ninguém ouviu e nem ficou sabendo
E assim acaba essa existência




quinta-feira, 3 de novembro de 2016



Pelo corredor


Pelo corredor passam pessoas
Passam vidas
Passam histórias
Poderosos
E outros nem tanto
Nos gabinetes
Decisões são tomadas
Mandos e desmandos
Alguns têm muito trabalho
Outros nem tanto
Pessoas passam
Desenfreadas
Sem olhar para o lado
Nem para frente
Canetas
Papéis
Carimbos
Salas e mais salas
Bastante gente
Uma multidão tumultuada
A serviço da nação 

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Poema sem título

Poema sem título
Poema sem versos
Sem rimas
Sem texto
Sem nada
Sentido
Se o nada
Escrito
Diz algo
Imagine
Se estivesse
Dizendo
Textos longos demais
Às vezes são muito banais
Mas outros tão curtos
Transmitem
Aquilo que se passa
Na mente de quem o escreveu
Para quem sabe
Saber o que se passa
Na mente de quem leu
De repente
Nossa quantos versos
Surgiram do nada
Preenchem uma folha
Preenchem o vazio
E o tempo
De quem se atreveu
A ler esse tanto de letras
Juntas como palavras
Juntas como versos
Juntas como estrofe
De repente fizeram
Um poema
Assim sem sentir
Notar ou perceber
E mais ainda
Conjuntamente percorrem
Mais uma página
E insistem em continuar
Surgindo
Brotando
Até quando?
Não se sabe
Mas o certo
É que vieram
E aqui estão
Presentes neste poema
Poema sem título
Poema sem versos
Sem rimas
Sem texto
Sem nada