Cena do crime

 

De volta à cena do crime

Quem te viu quem te vê

Como é que o povo

Poderá se defender

 

A cada quatro anos

O medo e a incerteza ressurgem

Sobre o nosso futuro

Nessa combalida nação

 

Crise de um sistema

Que deixa o futuro

À mercê do imponderável

 

As mesmas velhas caras

Tentando nos persuadir

A continuar na cena do crime

Flor Sobre a Calçada

 Flor Sobre a Calçada

Há uma flor sobre a calçada
Pobre, pisoteada
Um sinal do meu amor
ao relento na madrugada
escura e fria
assim como teu coração
que solitário pulsa em descompasso

Já é manhã, nada restou da flor
Apenas um corpo em desespero
Espera em vão uma resposta
Quem sabe um dia?

As horas desistem de passar
Cada segundo uma eternidade e meia
Tortura intensa
assim como os raios de sol
do céu sem nuvens

De novo a lua surge pra me consolar
Só as recordações fazendo companhia
escura e fria outra madrugada
lentamente se aproxima
já não há mais flor a ser descartada
assim como meu coração
que solitário teima em continuar existindo

Estupra mas não mata,

Rouba mas faz,

Engana, mente, frauda,

Quer se perpetuar no poder,

Apoia a fome, a opressão,

Ditaduras diversas,

Se quiserem calar a minha voz,

Quiserem me prender, estou aqui.

Perseguição política

Perseguição por pensamentos próprios

Para persuadir pessoas pacíficas

Pretendem promover pânico

Para prender populares pensantes

Pela possibilidade premente

Pedem para políticos

Pois pacificarem população

Permanecendo presentes 

Pensem pelo povo perdido

Piedosamente passem por princípios

Portanto promovam permanentes

Providências para poder 

Praticar prioridades plausíveis

Protegendo pensamentos plurais

 A lua da minha janela 

Nada mais do que tão bela

Alva seja a refletir 

Dos raios de sol perenes 

Seja em noites claras 

Ainda antes do amanhecer 

Resplandecente 

Tépida por iluminar o céu 

Atrai poetas apaixonados 

Tua face nela se reflete 

Desde longas primaveras 

Ah quem hoje me dera

Ser teu em alto entrelaçar 

Desde antes de lhe aproximar 

Oh lua da minha janela 

Tempos de pandemia

Em tempos de pandemia
Cada um com sua opinião
Cada doido com sua mania

Tem coisas que passam
Nessa minha tela
Que prefiro nem ler

De repente é melhor
Um sinal de que nem sempre
As pessoas são tudo aquilo

Que a gente pensava
E em tempos de isolamento
Melhor ficar longe para sempre

Sobre a quarentena


De fato é uma questão complexa
Cuja causa é sanitária
Afeta outros setores da sociedade
Qual é a solução para tal

Prefiro confiar nos especialistas afinal
O vírus não escolhe ricos ou pobres
Ainda que seja possível a cada um opinar
Quem puder em casa deve ficar

É sabido que os mais pobres
Sofrem mais com a questão econômica
Mas liberar a circulação
Piora ainda mais o problema

Segundo os especialistas
Se todos fizerem a sua parte
O problema irá passar
O mundo inteiro agradece