domingo, 15 de setembro de 2013

Os opostos

Queria saber quem são de verdade
Todos os sonhadores do mundo
Ou então todos os que têm pesadelos

De utopias estamos cheios
Pensamentos destrutivos são muitos
Será que alguém realmente deseja o equilíbrio?

Que as dúvidas tragam certezas para orientar
Que as certezas gerem dúvidas para se refletir
Que nunca haja um fim

Para os delírios, as loucuras, os raciocínios ilógicos
É o que torna o mundo menos monótono

Que nada deixe de ser relativo
Que nada deixe de ter seu risco
Para a vida ter algum sentido

Mas para que sentido
Há gente que diz que é muito melhor
Deixar que o vento leve

Será que os que desejam liberdade total
Não desejam mesmo é o vazio?
Versos de Amor

Meus versos de amor são claros
São simples como a luz do dia
Intensos como a chama da vida
O amor é a negação da morte
Tão forte quanto o brilho da estrela
Que cega meus olhos na aurora
Perpassa por dentro da alma
E faz nascer a alegria
Não é desventura da vida
É por si mesmo uma sorte



Poesia

Hoje eu quis fazer um poema

Que dilema, que dilema
Um tanto quanto desconexo
Sem nexo, sem nexo
Tornar teu corpo poesia
Todo dia, todo dia




Um poema novo

Sinto-me um tanto perdido
Mas quero perder-me um pouco mais
Quem sabe nos braços de alguém
Que faça meus dias mais livres
E menos iguais

Sinto-me um tanto esquecido
Solto num espaço-tempo
Um mar de vazio imenso
Preso a um nada completo
Sem você


Matando a saudade do blog, mais uns versinhos daquela longínqua safra dos meus 15 anos. Este poema, assim como vários outros, aparece não da forma como foi escrito na época. Tomei a liberdade de fazer alguns aperfeiçoamentos, tendo o cuidado de manter a idéia original, pois acho que é isso o que importa. Alguns diriam que os poemas perderiam a originalidade e a espontaneidade, mas de qualquer forma, achei que seria o melhor a ser feito.

Três de outubro

Você vive ainda em meu coração

Ah! Quanta saudade
Nossos nomes entrelaçados
Aquele sonho foi quase real
Aqueles poucos momentos eu nunca esqueço
A levo comigo sempre
Até o infinito dos meus instantes

Lembrar-me-ei de você
Pela vida inteira e até depois

Três de outubro passou de novo por mim
E a última vez que a vi
Você nem notou mas eu sim
Maravilhosa cada dia mais

Lembrar-me-ei de você
Ainda que nada sobre mim
Lhe venha a cabeça

E é natural que seja assim
O que seu nome é na minha vida
E o que o meu não é na sua
O tempo é o senhor disso também

Lembrar-me-ei de você
Pela vida inteira e até depois


Já faz um tempinho que não aparece nenhuma "novidade", então, antes que o mês acabe, publico mais um daquela antiga safra. Estou um pouco arrependido de não ter colocado data na época em que escrevi os poemas. Fico tentando puxar pela memória, mas só lembro que foram escritos há mais de cinco anos atrás.

Se um dia você voltar

Se um dia você voltar
Vai perceber que ainda não lhe esqueci
Todos aqueles momentos que queríamos que fossem eternos
e que acabaram antes mesmo de começar
Por que tinha de ir tão cedo
Embora a sua juventude
Depois daquele dia senti o que era o nada
Aquele dia chuvoso e você com pressa
em chegar ao trabalho

Sei que não fui o melhor para você
Depois que me avisaram o que aconteceu
Ainda não achei ninguém que me ajudasse
a refazer a vida do ponto onde deixou

Se um dia a gente se encontrar
num futuro distante, sem se lembrar de nada
Faria tudo diferente
Só pensaria na nossa felicidade
E não iria querer mais nada
Tudo seria bem mais simples
Do que complicamos

Mas nada disso aconteceu
Quero que onde estiver
Saiba que jamais senti algo semelhante
Por outro alguém
Você quem me ajudava tanto
E ouvia as mais secretas confissões
Nunca soube retribuir
Não assimilava tudo que ocorria
Dentro de mim nem com você
Enfim, não lhe entendia
Não sei viver




Para quebrar a rotina deste blog, um pouco de rotina! Não reparem na linguagem, é que faz muito tempo que escrevi esse também.

Previsível demais

Ontem, amanhã
vou falar que te amo
e quero você do meu lado

O relacionamento tá morno
quero discutir a relação
sei que você não vai gostar
você tem medo

O fim
o que será que você tem a dizer

Ontem, amanhã
vou falar que ama outro alguém
vai falar que a quer do seu lado

E de novo, o relacionamento estará morno
vai querer discutir a relação
sabe que não irá gostar
sabe que tem medo

O fim
o que será que tem a dizer

Ontem, amanhã
Outra pessoa vai tentar me convencer que me ama
E quer que acredite que me quer do seu lado

Virá com essa de que o relacionamento tá morno
Vai querer discutir comigo a relação
Afirmará que sabe que não gostarei
Enunciará que estou com medo

Outro fim
Vai querer saber o que tenho a dizer ontem e amanhã

Chega!!
Será que as palavras acabaram?
Quer vai ser o próximo infeliz a ouvir isso tudo?
Quando começaram com essa tradição?

Desde que me entendo por gente
Meu pai tem a coragem de afirmar
Que veio com esse papo
Tentando convencer minha mãe

E ela ficou de saco cheio dele
Mas não conseguiu encontrar quem lhe falasse outra coisa
E acabou acontecendo o que haveria de ser

E anos depois eu nasci
E nasceram meus irmãos
E eu tinha o temor
De que viessem a me dizer

Eu te amo
E te quero do meu lado
O relacionamento tá morno

Quero discutir a relação
Sei que você não vai gostar
Você tem medo

O fim
O que será que você tem a dizer

Não sei se vou querer
ter uma família
onde meus filhos cresçam
e venham a ouvir isso de novo

Às vezes acho que
é previsível demais pra ser vida
E que esse filme nunca mais se repita




Bom, com o início da primavera lembrei-me de ter escrito este aqui:

Flor Sobre a Calçada


Há uma flor sobre a calçada

Pobre, pisoteada
Um sinal do meu amor
ao relento na madrugada
escura e fria
assim como teu coração
que solitário pulsa em descompasso

Já é manhã, nada restou da flor
Apenas um corpo em desespero
Espera em vão uma resposta
Quem sabe um dia?

As horas desistem de passar
Cada segundo uma eternidade e meia
Tortura intensa
assim como os raios de sol
do céu sem nuvens

De novo a lua surge pra me consolar
Só as recordações fazendo companhia
escura e fria outra madrugada
lentamente se aproxima
já não há mais flor a ser descartada
assim como meu coração
que solitário teima em continuar existindo





Naqueles dias, a uns cinco anos atrás, ou mais, fiz este aqui, além de todos os outros, e a muito tempo queria divulgá-los, mas não sabia como, e esta foi a melhor forma que eu encontrei. Não tenho e nunca tive pretensão de ser poeta, apenas queria falar de coisas que estavam passando em minha mente.

Linha do Horizonte

Se você notasse
Como é tênue a linha do horizonte
E percebesse como é frágil
A linha que separa a vida da morte

Andei demais
Mas não queria ter chegado aqui
E o que sobrou foram arrependimentos

Se pudesse recomeçar
Seria tudo tão diferente
Pois foram tantas as emoções que não vivi

Talvez por insegurança
Não materializei meus sonhos reais
Nem sonhei realmente a materialização
Dos amores que me escaparam entre os dedos

Se você notasse o meu fracasso
Mas com sou tão insignificante
Você passou por mim sem perceber
Um olhar sem perspectiva

Os dias se apressam cada vez mais
E o tempo já não aguenta me ver assim
Esperando apenas, mas o quê??




Mais um! Agora um pouco maior, espero que tenham paciência para ler...

O amor

Vamos cantar esse amor
Tão falso, tão piegas, tão inútil e banal
Tão estúpido, tão violento e sem nexo
Diamante em estado bruto
Que nunca será lapidado
Uma verdadeira novela mexicana
Que apesar de tudo dá alguma audiência

Direi que a conheci de forma inesperada
Em um lugar igualmente incomum
Ficamos conversando durante horas
E eu fiquei surpreso, pois nunca fui disso
E a gente ficou ali até tarde
Até que cada um foi pro seu canto

Cheguei em casa, vesti um velho pijama
E logo na cama me atirei
Pensei se aquilo era o início de uma grande história
Até sonhei com você aquela noite

Nos dias seguintes continuamos nos encontrando
E começamos a ver que não tínhamos
Nada a ver um com o outro
As semanas passaram e até achei
Que estávamos sendo bons atores
Só que no final acabamos muito machucados

Hoje em dia penso que foi divertido
Ignoro o motivo que fez
Aquele castelo de areia se desmanchar

Vamos cantar o que passou
Agora duvido se foi mesmo amor
Mas não importa aquele tempo perdido
Afinal de contas há algo de bom naquele caos
Posso até escrever uma canção descompromissada
Descrever poeticamente uma linda história
Encher linguiça pra valer
Tudo baseado em baladas e pagodes
Em pop-rock, em reggae, em rap
Daqueles bem melosos que dão sono
Depois de tudo descobrir que o amor é bom
Ajuda até a engordar a conta bancária

O meu melhor amigo
Deu uma olhada no que eu anotei
Me perguntou como eu podia ser tão frio
Se eu tinha algum ressentimento
Se eu sabia sobre o que escrevia
Se achava que naqueles fatos
Descritos de forma tão superficial
Poderia existir algum amor
Não só pela pessoa em questão
Assim como por mim mesmo

Ele me aconselhou
Não pense em tantas bobagens
Concordo, mas é preciso acabar
Antes de iniciar qualquer coisa

Vamos cantar esse amor
Vamos cantar o que passou
Vamos cantar o que nunca aconteceu
Vamos cantar uma opinião tão estranha
Vamos cantar a falta
De algo bom pra se pensar






Continuando a série de poemas, apresento mais este...

O azul infinito

A cor dos seus cabelos sob o sol da manhã
Me revelou que eu não era nada
Já os olhos disseram e quiseram
Pra estar aí também contemplando o azul celeste

Se antes de conhecê-la eu pensava
Daqui pra frente não me importa mais nada
Ensinou-me a ver as coisas sem cobrí-las de nuvens negras
E perceber quanto tempo foi perdido

Os instantes passados quando estava só
Marcas que o tempo não vai conseguir apagar por completo
Porém você vai me ajudar acompanhando pela estrada
Até o infinito

Mas se acabar um dia
Alegre irei lembrar que você existiu
Transformando minha vida em sonho
De inferno em paraíso
Os momentos a seu lado







Este aqui fala de uma desilusão amorosa, quem é que nunca passou por isso??

Ao lado e distante

Você ao meu lado
tão distante
a minha urgência de amar
não me acompanha você

Tão distante ao meu lado
Aqui seu corpo
não basta, não basta
A mente em qualquer lugar
não aceito

Juntos separados
Separados juntos
a distância é maior quando você se aproxima
Seu corpo sem mente, sua mente sem corpo

Assim não mais
Percebo você querendo a mim
Se o melhor é assim
Mesmo ao lhe querer demais
Certo o nosso fim

Sem nada pra viver em comum
Nós não estaremos mais
em velhos corações talhados
E um & dizendo a todos
O nosso amor










Essa aqui é uma das primeiras. Alguns dos conceitos aí descritos estão claramente errados, mas alguém já pensou algo dessa forma um dia...

Utopia humana

Todos os corpos me parecem iguais
O céu está, como sempre, azul
Os dias parecem não ter passado
Tudo está sempre no mesmo lugar
As coisas mudam pra ficarem iguais
Se eu pudesse ver o que se passa em todas as mentes
que faz as diferenças serem tão parecidas
Todas as estrelas estão no mesmo lugar
Os ventos têm sempre as mesmas direções
Utopia humana

Se todos tivessem a mesma religião
E fossem regidos pelas mesmas leis falando um só idioma
Se a terra fosse toda plana
e não nevasse nem houvesse secas
desertos, florestas, morros ou depressões
Se pudéssemos flutuar sem escapar pelo universo
Utopia humana

Facas que não cegam
Engrenagens que não precisam ser lubrificadas
Os pêndulos sempre pra lá e pra cá
Fogo que não queima, ácido que não corrói
Dor que não dói, coração que não se parte
Garganta sem nó, o moto perpétuo
Utopia humana

Nem fome, guerra ou epidemia
nem caça e caçador
Daqui a mil anos o que vai ser
O que veio antes da criação do big bang
Por que estamos aqui e será sós no universo
Depois do infinito o que é que vem
Será que os macacos vão ser todos homens
O que virá depois da humanidade
Utopia humana

Utopia humana, enfim infinitas indagações
Frases soltas, bobagens, certezas e dúvidas
No fim do milênio, no meio, no início
Vai ter sempre alguém a se questionar
Valores, pesos e medidas
Utopia humana, sonhos, profecias, delírios
Utopia humana, enfim






Mais um daquela época, devia ter uns 15 anos quando escrevi este e todos os outros.

Enquanto houver flores

Não espere que o sol queime suas retinas
Não confie em ninguém que não confia em você
Não veja o mundo com os olhos de um derrotado
Nem desista da vida se ela não desistiu de você

Por que enquanto houver flores
É preciso fazê-las viver e manter-se como elas
Saber que assim como há a queda há o desabrochar
A flor que murcha não é a mesma que vem em seguida
Mesmo assim a sua identidade permanece

Não espere que o fruto surja do nada
Nem que para o nada volte depois de apodrecer
Não deixe que o instante passe sem ser bem aproveitado
Pode ser o último e você não tem consciência disso
A vida é bem mais do que esperávamos
E bem menos do que desejamos